Lua Blanco: “Sou mesmo um furacão!”

 (Foto: André Hawk/Divulgação)
A cantora e atriz, que enfrentou a depressão no ano passado, conta que agora usa a sua energia para ajudar as pessoas

Bem-resolvida, certa de que tudo dará certo e cheia de energia, ela parte em direção ao que quer! Não teme nada, é potente, rápida. Parece até um furacão. E é. Às vezes.

Mas, como seu próprio nome sugere, Lua Blanco tem fases. “Sou mesmo um furacão! Mas, hoje, é como se eu tivesse muitos outros lados. Tem o furacão, que quer fazer e acontecer; tem o bicho-grilo, que quer ficar quieto; tem o lado assustado; o deprimido que não quer sair da cama”, enumera ela.

Aos 33 anos, atriz, cantora e eternamente “Rebeldes” diz que mudou ao enfrentar a depressão. No ano passado, durante o programa “Pop Star”, falou abertamente que não estava bem.

Hoje, na conversa por telefone com o AT2, a filha de Billy Blanco Júnior e neta de Billy Blanco, diz que está melhor, procurando equilibrar todas as suas fases.

“Esses lados estão dentro de mim, fazem parte de quem eu sou. O principal é compreender e tentar equilibrar tudo, sem me deixar”, salienta ela, que tem passado a quarentena ao lado do namorado, o roteirista Leandro Soares.

“Também tenho aprendido a dar força a quem precisa. Sinto que o meu lado furacão, esse gás que eu tenho, tem muita gente precisando dele. E a minha vontade maior é fazer bem a essas pessoas”, diz.

Na última sexta (22), em suas redes sociais e nas plataformas digitais, a paulista lançou “Pretérito Imperfeito”, trabalho do grupo Lágrima Flor.


Lua Blanco | Atriz e cantora
“Não preciso provar nada”


AT2: O que a Maria do seriado “Homens”, com Fábio Porchat, tem a ver com a Lua?
Lua Blanco: Tem bastante coisas. Na série, a gente não chega a explorar o todo da Maria. Mas o que tem a ver comigo é que ela é determinada, é bem-resolvida sexualmente.

Ela quer o “boy”, vai atrás, chega agarrando, é muito decidida. Me identifiquei com esses traços dela. Para mim, não foi estranho compreendê-la. Sou bastante natural.

Então, você não é daquelas que fica esperando o “boy” tomar uma atitude...
(Risos) Agora estou namorando, mas, no meu passado, sim. Claro que tem algumas situações em que você tem que aguardar, até ver se é recíproco. Mas eu nunca tive inibição para chegar em alguém. Sempre me senti muito à vontade para mostrar o meu interesse.

Fábio Porchat é um mestre da comédia. Foi fácil fazer rir com ele?
Ele é um gênio. E também de uma generosidade incrível e isso fez toda a diferença para mim. Ele vai te puxando. Não é algo do tipo “aqui está o meu reino e você que corra atrás”. É tipo “vamos fazer graça juntos?”. Ele faz piadas nos bastidores, foi muito bom. Tudo isso me trouxe muita tranquilidade, porque senti que não preciso provar nada. Era só ir junto.

A música é anterior em sua vida, está na árvore genealógica. Como foi essa descoberta?
Aos cinco anos de idade, o meu pai já me ensinava a cantar. Ao longo da minha adolescência, eram muitos ensaios dentro da família. A gente cantava em missa, em festas.

Quando eu fui para a faculdade, já estava imbuída do ofício de cantar. Então, montei uma banda de pop rock, a Lágrima Flor, e vivi a música longe da minha família. Foi quando comecei a compreender a minha identidade musical e descobri o quanto eu queria ser uma cantora, uma rock star.

Tem uma família numerosa e cresceu em meio à natureza. Como virou uma dos “Rebeldes”?
Olha, eu vou confessar que o meu lado bicho-grilo levou um susto. (Risos) Era tudo muito diferente de tudo o que eu já tinha vivido na minha vida. Ninguém foi capaz de me preparar para o que veio nessa época. Eu simplesmente não estava preparada para a loucura, o amor e a euforia que veio dos fãs. Eles me amavam tanto! Foi muito novo e estranho.

Então, esse sucesso foi mais assustador do que encantador?
Sim. No início. Agora temos uma relação de verdade. E eu fico encantada. Já passaram tantos anos… E ainda tem tanta gente que ainda quer me ver, me ouvir... Vejo que essas pessoas realmente gostam de mim. Isso é fofo, encantador.

Sei que passou por uma crise. Por que falou sobre isso?
Porque calhou dessa crise ser quando eu estava no “Pop Star”. Eu sabia que eu não teria toda a minha energia, toda a minha personalidade, naquele momento.

Eu entrei no programa me recuperando de uma depressão muito profunda. Quem vive isso sabe que esse não é um processo de alguns meses. A recuperação é lenta. Mesmo assim, entrei no programa com muita garra, mas, também, muito assustada, me perguntando se eu estava mesmo preparada.

Tenho dois milhões de seguidores. Pensei que, entre eles, podia haver pessoas passando pelo mesmo que eu ou por outras situações de saúde mental. Fiquei com vontade de dizer para elas: “Eu também não estou bem”. Então, fiz isso. E foi muito bom. Espero que eu tenha ajudado outras pessoas.

Fonte: TribunaOnline

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